domingo, 8 de abril de 2012

A contradição dos cúmplices da RATOEIRA

Muitos economistas gostam de evocar a relação aritmética que mostra como uma economia com uma taxa de crescimento nominal do produto, superior à taxa média da dívida pública, pode ter, todos os anos, um défice primário (sem juros) compatível com a estabilidade do peso da sua dívida pública ---> isto é, ou seja, a RATOEIRA do endividamento esperando um crescimento económico perpétuo!...

A contradição dos cúmplices da RATOEIRA é óbvia:
- por um lado, eles (os economistas cúmplices da RATOEIRA) reconhecem a existência de ciclos económicos... todavia, no entanto, em simultâneo, não se cansam de repetir «só o crescimento perpétuo, só o crescimento perpétuo... é que nos salvará do caos económico»!?!?!?
O resultado está à vista de toda a gente: ao cair na RATOEIRA do endividamento esperando um crescimento económico perpétuo... Portugal está a ser forçado a VENDER ACTIVOS IMPORTANTES para a sua soberania!...


P.S.
Estando uma economia numa fase de recessão... e estando o Estado à beira da bancarrota... eles (os economistas cúmplices da RATOEIRA) argumentam que o culpado da situação de quase caos económico... é o facto de Estado não conseguir garantir um crescimento económico perpétuo!!!


Resumindo e concluindo: não devemos esperar que o crescimento económico seja perpétuo... e muito menos devemos ainda, endividarmo-nos esperando que seja o crescimento perpétuo o factor que nos vai permitir pagar as nossas dívidas.

2 comentários:

alf disse...

Exactamente; o negócio da dívida é mais ou menos como o da droga: primeiro é só facilidades, juros baixinhos e tal e depois, pimba! multiplicam-se os juros a pretexto disto e daquilo

Mas o que é verdadeiramente inconcebível é o BCE não poder emprestar diretamente aos Estados, deixando estes sem qualquer capacidade de negociação dos juros. Como é possível tal ter sido aceite??? O que se está a passar é a consequência necessária disso, e passar-se-ia qualquer que fosse a dívida soberana, tanto faz ser de 100% do PIB ou 50% do PIB

menvp disse...

«multiplicam-se os juros a pretexto disto e daquilo»

Pois é!
Com os PRODUTOS DE PRIMEIRA NECESSIDADE acontece a mesma coisa: aumentam a pretexto disto e daquilo!

De facto:
- Não há necessidade do Estado possuir negócios do tipo cafés (etc), porque é fácil a um privado quebrar uma cartelização... agora, em PRODUTOS DE PRIMEIRA NECESSIDADE - que implicam um investimento inicial de muitos milhões - só a concorrência de empresas públicas é que permitirá combater eficazmente a cartelização [leia-se roubalheira] privada.
{um exemplo: veja-se a roubalheira do preço da gasolina...}


Obrigado pelo comentário alf.