quinta-feira, 12 de abril de 2012

Uma 'almofada' numa fase de recessão

Existem ciclos no desenvolvimento económico: os Ciclos Económicos correspondem a oscilações do produto, do rendimento e do emprego... cada Ciclo Económico apresenta duas fases principais - a expansão e a recessão.

Para além de questões de Soberania... e para além de questões de oligopólios cartelizados... o Estado tem de ter uma presença muito forte nas «actividades de primeira necessidade»... visto que... tal presença pode ser utilizada como uma 'almofada' numa fase de recessão!

Um exemplo: uma GALP pública poderia continuar a ter lucro praticando preços moderados (um claro incentivo à retoma económica)... pelo contrário, uma GALP privada procura compensar uma diminuição da quantidade de mercadoria vendida, aumentando a margem de lucro [veja-se a roubalheira do preço da gasolina nos últimos tempos (nota: Portugal tem a terceira gasolina mais cara da Europa antes de impostos); obs: um produto de primeira necessidade]... o que por sua vez... dificulta a retoma económica.



Resumindo e concluindo: na minha opinião é inquestionável o facto de que é a iniciativa privada o motor do desenvolvimento económico... todavia, a especulação privada pode ter os seus excessos (um ex: aqui os preços aumentaram 10 vezes em poucos dias)... logo, é da mais elementar prudência, o Estado ter uma presença muito forte nas actividades de primeira necessidade... tanto mais que tal presença pode ser utilizada como uma 'almofada' numa fase de recessão da economia. {nota: Não há necessidade do Estado possuir negócios do tipo cafés (etc), porque é fácil a um privado quebrar uma cartelização... agora, em produtos de primeira necessidade - que implicam um investimento inicial de muitos milhões - só a CONCORRÊNCIA de empresas públicas é que permitirá combater eficazmente a cartelização privada}
Uma obs: nas actividades mais estratégicas... é preferível o combate à corrupção (combate esse, que poderá vir a ser muito mais eficaz com o «fim-da-cidadania-infantil»)... do que... ficar à mercê de quem muito bem calhar (chineses, família Eduardo dos Santos, Endesa, etc).



P.S.
Por outras palavras: empresas públicas a produzirem bens estratégicos (ex: gasolina, eletricidade, etc) a preços moderados, é um impulso para a retoma económica... pelo contrário, bens estratégicos  à mercê da alta finança, faz com que os consumidores fiquem à mercê de preços agiotas (veja-se o preço da gasolina e da eletricidade)... facto que dificulta a retoma económica... e que empobrece o país: os consumidores são saqueados e os lucros são conduzidos para o exterior (para a alta finança - capital global).

domingo, 8 de abril de 2012

A contradição dos cúmplices da RATOEIRA

Muitos economistas gostam de evocar a relação aritmética que mostra como uma economia com uma taxa de crescimento nominal do produto, superior à taxa média da dívida pública, pode ter, todos os anos, um défice primário (sem juros) compatível com a estabilidade do peso da sua dívida pública ---> isto é, ou seja, a RATOEIRA do endividamento esperando um crescimento económico perpétuo!...

A contradição dos cúmplices da RATOEIRA é óbvia:
- por um lado, eles (os economistas cúmplices da RATOEIRA) reconhecem a existência de ciclos económicos... todavia, no entanto, em simultâneo, não se cansam de repetir «só o crescimento perpétuo, só o crescimento perpétuo... é que nos salvará do caos económico»!?!?!?
O resultado está à vista de toda a gente: ao cair na RATOEIRA do endividamento esperando um crescimento económico perpétuo... Portugal está a ser forçado a VENDER ACTIVOS IMPORTANTES para a sua soberania!...


P.S.
Estando uma economia numa fase de recessão... e estando o Estado à beira da bancarrota... eles (os economistas cúmplices da RATOEIRA) argumentam que o culpado da situação de quase caos económico... é o facto de Estado não conseguir garantir um crescimento económico perpétuo!!!


Resumindo e concluindo: não devemos esperar que o crescimento económico seja perpétuo... e muito menos devemos ainda, endividarmo-nos esperando que seja o crescimento perpétuo o factor que nos vai permitir pagar as nossas dívidas.